E eis-nos a terminar a atividade deste ano letivo. É tempo de balanços e de perspetivação. Mas, sobretudo, de balanços, pois o tempo corre veloz! Ainda estamos “pôr os pontos finais” e já temos de preparar o próximo ano letivo. Nem tempo há para estar e ser, aqui e agora.
A Rede de Bibliotecas Escolares proporciona-nos dois auxiliares, trabalhosos, é certo, mas que orientam esta ação: Base de Dados e Modelo de Avaliação da Biblioteca Escolar.
Desde que me lembro (finais dos anos 90) que aplicava questionários aos alunos sobre a biblioteca e as atividades realizadas, pelo que um documento estruturado e que propõe o cruzamento de evidências com os resultados dos questionários, cujas questões tocam cada um dos domínios, é uma boa ferramenta.
Com base nos resultados obtidos é então possível, ao preencher os campos do relatório, atribuir níveis a cada um dos subdomínios e aos impactos gerados. Ora no documento Modelo de Avaliação da Biblioteca Escolar são enunciados os Fatores Críticos de Sucesso para cada subdomínio, no entanto, os indicadores concretos, expressos no documento para elaboração do relatório e que conduzem à obtenção de nível, não plasmam esses Fatores.
Contudo conhecer bem os referidos Fatores Críticos de Sucesso permite ao Professor Bibliotecário, desde há alguns anos, dar a sua visão do trabalho desenvolvido e concluir com maior critério o que tem de ser melhorado.
Dada a conjuntura deste ano letivo e considerando ser a minha uma escola exclusivamente secundária, que teve limitações à circulação no espaço da escola (inicialmente, os empréstimos eram entregues em sala de aula), tendo o espaço da biblioteca escolar (BE) registado uma redução para menos de metade dos lugares, diminuiu o número de turmas com que a biblioteca trabalhou diretamente, ainda que apresente um nível 3, bem como o número de empréstimos e o subdomínio A.2 “Formação para as literacias da informação e dos média” foi desenvolvido com poucas turmas, numa única sessão.
O grande foco esteve pois, no chamado “trabalho invisível”: tratamento documental; verificação/correção de registos no programa informático de catalogação; início da colocação de códigos de barras em documentos para um empréstimo mais célere; preparação e disponibilização de recursos digitais variados: curadoria de informação de apoio às disciplinas, criação de biblioteca digital, criação e incentivo à criação de jogos educativos; formação informal de docentes com horário na biblioteca; manutenção do contacto/ligação, sobretudo durante o confinamento, com alunos e encarregados de educação através dos meios digitais da biblioteca.
Se a retaguarda não estiver preparada de que serve ter a porta da biblioteca aberta? Esperemos que o próximo ano letivo nos permita continuar o “trabalho invisível” e quanto ao restante: “vamos fazer o que ainda não foi feito”.
Helena Espírito Santo